28/02/2012

1º Ano do Liceu - 1º trabalho

Galerinha, na barra ao lado (direita), tem nosso 1º trabalho. Se você tem um amigo que não tem computador, imprima uma cópia para ele também.
Bom trabalho!!

26/02/2012

Capes e CNPq criam nova bolsa: "Jovens Talentos para a Ciência"



Preliminarmente, como projeto piloto, a ser iniciado ainda em 2012, 6 mil bolsas de estudo serão oferecidas pela Capes e pelo CNPq aos estudantes que ingressaram este ano nas Universidades Federais e Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.
Nos próximos anos, esta modalidade de bolsa será estendida para os alunos ingressantes em Universidades Estaduais e também não públicas.
Estas bolsas terão por objetivo identificar precocemente nossos melhores Jovens Talentos entre os ingressantes universitários, para estimulá-los ao interesse e dedicação plena ao aprendizado acadêmico e a prática em Ciência e Tecnologia.
Os alunos serão selecionados internamente em cada universidade, mediante prova de conhecimentos, para receberem estas bolsas já à partir do segundo semestre de 2012. Adicionalmente, os resultados obtidos poderão também ser utilizados como critérios de prioridade nos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica e no Programa Ciência sem Fronteiras.
(fonte: Assessoria de Comunicação do CNPq e Capes)
            Enquanto isso, continuamos com duas aulas de Física, duas de Química e de Biologia. Como é que esses caras querem que surjam jovens talentos se nossos jovens não têm a oportunidade de conhecer as Ciências em um nível satisfatório de profundidade? Mais uma vez, essa é uma forma de privilegiar ricos e gênios!
            Mas para não ficar só na reclamação, a dica é entender que o governo federal está a fim de investir em quem quiser estudar de verdade.
            Pensem nisso!!!

24/02/2012

Viagem no tempo:afinal, é possível ou não?


“Imagine o espaço como...” Um texto que começa com essa frase leva a pensar que em seguida virá a explicação de alguma teoria complicada que por meio de analogias se torna mais compreensível. A teoria da relatividade, elaborada pelo famoso físico Albert Einstein entre os anos de 1905 e 1916, é um dos modelos científicos que mais sofre com esse tipo de simplificação. “Na minha opinião a maioria das tentativas de divulgação da teoria da relatividade geral, feitas até hoje, foram mal sucedidas”, desabafa o físico da Universidade Federal Fluminense, José Antônio e Souza. A chance de cometer erros, segundo ele, aumenta quando se tenta aproximar os conceitos da teoria da relatividade a aplicações tecnológicas, alimentando o imaginário humano com possibilidades tais como a de viajar no tempo (leia mais sobre este assunto).
Não, nem tudo é relativo
A popularização da teoria da relatividade fez com que o conceito de que tudo é relativo também se tornasse um jargão. Mas atribuir a expressão “tudo é relativo” a Einstein e anunciá-la como um dos pressupostos da teoria da relatividade é outra história. Para ele, TODO MOVIMENTO é relativo. Aliás, a teoria da relatividade foi chamada por seu autor de Teoria dos Invariantes e não há nada menos relativo do que algo “invariante”. “Para Einstein, um modelo só merecia confiança quando não dependia do referencial”, salienta Souza.
Sendo coerente com esse pensamento, quando propôs entre os anos de 1905 e 1907 a teoria da relatividade restrita ou especial, Einstein se baseou em dois postulados fundamentais. O primeiro coloca a velocidade da luz como única invariante e como conseqüência disso, nenhum tipo de matéria ou unidade portadora de informação consegue ultrapassar a velocidade de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo. Este postulado tem resistido a vários testes feitos com a utilização de aceleradores de partículas. O segundo é justamente o de que as leis que descrevem fenômenos físicos não podem depender do movimento do observador, ou seja, de que o comportamento da natureza (fenômenos) acontece da mesma forma em todo o universo.
Dilatação do tempo
A teoria da relatividade prevê que os objetos em movimento sofram o efeito de dilatação do tempo que pode ser maior ou menor de acordo com a velocidade. Assim, o tempo para um objeto ou para uma pessoa dentro de outro objeto em alta velocidade passa mais lentamente do que para objetos que se movimentam a baixas velocidades. Esse efeito já foi observado em testes com relógios de alta precisão colocados em aeronaves muito velozes e poderia, em tese, ser utilizado para fazer uma “viagem de sentido único para o futuro”.
Para um astronauta que viajasse a uma velocidade de 98% da velocidade da luz, cada ano percorrido por ele corresponderia a cinco anos passados no tempo da Terra. Caso essa viagem durasse 20 anos, ele teria viajado 20 anos em direção ao futuro, envelhecendo apenas quatro anos. “A dilatação do tempo, na teoria da relatividade restrita, é um efeito puramente cinemático. O atraso nos relógios dos observadores deve-se única e exclusivamente ao seu estado de movimento”, enfatiza o físico Carlos Romero Filho, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Mas, antes de entender como ocorre o efeito de dilatação do tempo é importante entender o conceito de espaço-tempo que é fundamental para a teoria da relatividade geral. A junção de espaço e tempo em um único conceito foi proposta por um ex-professor de Einstein, o matemático Herman Minkowski, em 1908. Por meio desse novo modelo os objetos e eventos tinham que ser pensados de forma quadridimensional (4D) descritos através de três coordenadas de espaço (comprimento, largura e altura) e o tempo. “A representação do mundo por coordenadas cartesianas, através de um modelo bidimensional foi alternado a partir daí”, acrescenta Souza.
Segundo Romero, a dilatação do tempo acontece pelo simples fato de que no espaço-tempo de Minkowski, partículas não aceleradas seguem curvas geodésicas que, ao contrário do que se passa no espaço euclidiano, podem ser definidas como curvas que maximizam a distância entre dois pontos. “Quero dizer aqui que o campo gravitacional não entra em jogo, e que o atraso nos relógios dos observadores deve-se única e exclusivamente ao seu estado de movimento acelerado”, esclarece Romero.
Na verdade, foi Minkowski e não Einstein quem expôs a idéia de que o espaço e o tempo dependem crucialmente do observador e são, portanto, relativos. “A distância espacial entre dois eventos não é a mesma para dois observadores em estado de movimento diferente. O tempo também não flui igualmente para esses observadores”, exemplificou o físico.
Distorções no espaço-tempo e viagens no tempo
Foi com base nesse conceito de espaço-tempo que Einstein formulou sua proposta de geometrizar a gravitação na teoria da relatividade geral. Para ele a geometria do universo é curva e não plana. “Olhando em retrospectiva, vemos que seria impossível realizar essa tarefa mantendo espaço e tempo como grandezas independentes e separadas”, analisa Romero.
Para Einstein, o espaço-tempo envolve todos os objetos maciços (planetas, estrelas...) através de seu encurvamento. E esse encurvamento é o que se chama de “força da gravidade”, que não é na verdade uma força, mas sim a curvatura do espaço-tempo sobre a matéria. Em campos gravitacionais fortes, próximos a objetos de grande massa, também ocorre o fenômeno de dilatação do tempo, mas nesse caso, devido à aceleração. “Quando se trata de gravidade o único fato é que todos os corpos caem, todas as outras explicações são modelos. Einstein propôs um outro modelo, diferente do newtoniano para o qual a gravidade era uma força de atração”, sintetiza Souza.
E, em maio de 1919, uma expedição de cientistas feita à cidade de Sobral, no Ceará, conseguiu, por meio de imagens feitas durante o eclipse solar, fortes evidências sobre essa curvatura no espaço-tempo. As fotos mostraram que a luz das estrelas localizadas próximas ao sol realmente sofriam pequenos desvios. Esta foi a primeira comprovação empírica de uma previsão da teoria da relatividade geral.
Segundo Romero, a entrada em cena do campo gravitacional, agora como uma geometria do espaço-tempo, revolucionou completamente a maneira de encarar o espaço e o tempo. Isso porque essa geometria não é, como na teoria newtoniana e euclidiana, estática. “Em termos cosmológicos, a geometria do espaço-tempo assume um caráter dinâmico, e é assim que procuramos descrever hoje a evolução do universo”, conta o físico da UFPB.
Curvas fechadas de caráter temporal
Em 1949, o matemático austríaco Kurt Gödel encontrou uma solução para as equações da relatividade geral que demonstrava a existência das chamadas curvas fechadas do tipo-tempo que existiriam graças às deformações do espaço-tempo provocadas pela gravitação.
Essa formulação foi possível porque, segundo a teoria da relatividade, qualquer partícula material possui uma linha de universo do tipo-tempo que está sempre confinada no chamado cone de luz local. Essa idéia expressa matematicamente o fato de que nada pode viajar mais rápido do que a luz. No entanto, Gödel demonstrou que a gravitação pode 'entortar' esses cones de luz e fazer com que as curvas do tipo-tempo fechem-se sobre si mesmas provocando um retorno ao passado. “Saindo da linguagem dos físicos, o que isso quer dizer é que é possível um viajante, sem violar o princípio relativista de que a velocidade da luz é a maior velocidade possível, voltar para o seu passado, descrevendo uma linha de universo fechada”, explicou Romero.

Simulação de buraco negro: Poderiam ser usados como 'máquinas do tempo' ?
Existem ainda, outras situações diferentes do universo de Gödel, tais como nas proximidades de um buraco negro ou dos chamados "buracos de minhoca" , em que essa volta ao passado seria teoricamente possível. “A grande dificuldade em se aceitar que uma partícula material possa ter uma linha de universo que permita uma volta ao passado é o problema da aparente violação da causalidade que provoca paradoxos relacionados à mudança do passado”, acredita Romero. A série “De volta para o futuro ”, de Robert Zemeckis oferece exemplos de paradoxos temporais que poderiam acontecer caso as viagens no tempo fossem possíveis. “Mas é claro que uma viagem no tempo nunca seria possível em um carro como aquele”, ironiza Souza.
Apesar da possibilidade teórica de se viajar no tempo, quem espera poder participar de uma viagem desse tipo não tem muitos motivos para se animar. Segundo a opinião dos dois físicos especialistas em relatividade, as dificuldades tecnológicas de tal empreitada tornam a possibilidade muito remota. “Por mais que avance nossa tecnologia, não acredito que seja possível algum dia empreendermos uma viagem ao passado na forma como essa possibilidade se apresenta teoricamente na relatividade geral”, acredita Romero. “Apesar de haver a possibilidade teórica, com as tecnologias que dispomos hoje, seria necessário uma quantidade de energia superior a que dispomos em todo planeta”, acrescenta Souza.
Também para ambos seria pouco desejável o investimento hoje em pesquisas com a finalidade de descobrir tecnologias que possibilitem viagens no tempo. “Não acredito que existam grupos de pesquisa trabalhando hoje na construção de máquinas do tempo ou coisas do tipo. Na minha opinião, se as viagens no tempo se tornarem possíveis algum dia, isso será fruto de idéias simples e não de pesquisas e tecnologias caras e complexas”, finaliza Souza.
 (fonte: site comciencia.br)

17/02/2012

Sites interessantes que você deveria conhecer



CIÊNCIAONLINE - Atualidade do mundo da ciência, curiosidades, astronomia, metereologia, meio ambiente, notícias, fotos e imagens, história da ciência, ...

ABRADIC - Página da Associação Brasileira de Divulgação Científica. Com informativos mensais, notas científicas e agenda de feiras e eventos, a ABRADIC promove a divulgação e a cultura científica entre os seus leitores e internautas.
Estação Ciência da USP - Oferece ao público a oportunidade de conhecer e analisar os fenômenos científicos. Serve como pólo de difusão de pesquisas geradas na USP. As exposições abrangem várias áreas do conhecimento e têm caráter interativo.
Museu de Ciência e Tecnologia (PUC-RS) - O Museu criado em 1967 encontra-se em fase de instalação de novos espaços numa concepção inteiramente interativa, envolvendo Ciência e Tecnologia. Dentre seus objetivos, destacam-se a divulgação do conhecimento científico e tecnológico com ênfase na promoção da melhoria do ensino de Ciências e Matemática para 1º e 2º graus, através do envolvimento de alunos e professores.
Espaço Museu da Vida (Fiocruz-RJ)- Exposições interativas, jogos, computadores, multimídia, tudo vai estar à disposição para mostrar que a Ciência que se faz nos laboratórios está mais perto de nós e do nosso dia-a-dia do que imaginamos. Venha matar suas curiosidades e se lançar num universo de novas idéias e experiências.
Casa da Ciência (UFRJ) - Divulgação de ciência para o grande público, de forma lúdica, criativa e interativa. Exposições, seminários, debates, workshops, cursos, teatros, shows de ciência e mostras de filmes. Centro de referência para educação à distância com auditório para vídeo conferência. Implementação de uma infoteca de softwares educativos e uma videoteca.
MAST - Museu de Astronomia e Ciências Afins. Exposições, atrações da programação mensal e fenômenos astronômicos
CDCC (São Carlos) – "Site" muito interessante do Centro de Divulgação Científica e Cultural - CDCC - que tem como Diretor o Prof. Dr. Dietrich Schiel. O CDCC possui vários setores como Astronomia, Biologia, Audiovisual, Oficinas, Química, Experimentoteca, Biblioteca, Computação e Física.
Exploratorium (San Francisco)- É um museu divertido onde o visitante faz suas descobertas sozinho. Mais de 650 experimentos permitem ao público explorar o mundo a sua volta e aprender como seus sentidos funcionam. No museu não há um caminho obrigatório para visitação: você decide por onde andar e o que investigar. Um lugar onde você faz descobertas divertindo-se.
QUESTACON (AUSTRALIA) - O Centro Australiano de Ciência e Tecnologia em Camberra, recebe cerca de 300 mil visitas por ano. O "site" do Questacon na Internet é super-interessante, cheio de efeitos especiais, um dos mais visitados da Australia.
PAPALOTE (MEXICO) -  Museo del Niño é um museu reconhecido no México e no estrangeiro. Tem-se transformado numa grande alternativa para os estudantes que moram em todo o país.  Tem recebido mais de um milhão de visitantes a cada ano. Tem como objetivo contribuir para o aprendizado e crescimento intelectual dos estudantes e visitantes.
 MALOKA (COLÔMBIA) – Um dos maiores centros interativos de ciencias das Américas, visa contribuir para a apropriação social da ciência, aproximando os conceitos de ciência e tecnologia do cotidiano das pessoas.
UNIVERSUM (MEXICO) – Museu interativo de ciências da Universidade Autônoma do México. Oferece ao público temas e conceitos da ciência em geral e daquela que se desenvolve na Universidade.
El Museo Participativo de Ciencias  (Buenos Aires) é uma instituição dedicada à divulgação das ciências em forma lúdica e participativa. O Museu dispõe de uma importante quantidade de exibições interativas, que incentivam a curiosidade do visitante, oferecendo a libertade de tocar em tudo e aprender. É uma proposta ativa para o público de todas as idades. O Museo abriu suas portas em 1988 e, desde então, foi visitado por mais de 800.000 pesoas.
Ludoteca: A Experimentoteca-Ludoteca (coordenada pelo Prof. Norberto, do Instituto de Física da USP) é um núcleo de trabalho e pesquisa sobre materiais experimentais e brinquedos para o ensino de física nos níveis fundamental e médio. Tem vários programas voltados para o ensino de física disponíveis para "download".
Sugestões para Feira de Ciências - Algumas sugestões para suas apresentações em Feiras de Ciência. Damos preferência a experiências que podem ser realizadas sem necessidade de equipamento caro ou complicado.
FISICA.net - O canal da Física na Internet - Bela página, com exercícios, testes interativos, história da Física, simulações em Java.

14/02/2012

Cardoso Fontes


Então, galera, já estamos em nossa segunda semana de aula. O tempo passa rápido demais e daqui a pouco é dezembro!!!!

O material de estudo para o 3º Ano está na página ao lado.
Bom estudo!

Galera do Liceu


Gostaria de dar boas vindas à galerinha do Liceu e desejar um ano letivo de muito sucesso.
Ontem, dia 13/02, tivemos o início das aulas e conheci as turmas 1003 e 1008. Um montão de gente boa, tudo com cara de querer fazer do estudo uma porta para um futuro muito bonito.
É isso aí, moçada. Ao infinito e além!!!!!

07/02/2012

Acabativos


Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas idéias. 
Acabativa, é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma idéia e levá-la até o fim.
Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar os burocratas.
Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.
Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória.Acabativa é o ponto fraco desse grupo.
Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.
Essa singela classificação explica muitas das contradições do mundo moderno.
Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores - entre os quais me incluo -  morrem pobres.
Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar  suas próprias idéias teria parado no Visual Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros - dizem as más línguas que até copiou algumas.
Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma idéia, e não para quem a teve. Uma idéia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.
Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas idéias. Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução.
Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.
Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.
Por isso, a esquerda intelectual e a direita neoliberal  conviverão as turras, quando deveriam unir-se.
Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como  sócio um acabativoHá um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo. No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda. Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.
Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)

03/02/2012

Nota 10 para o Tom



Professora da UFMG lança livro que pinça a física do dia a dia. Dia a dia mesmo! De letras de música a atividades na cozinha – tudo vira motivo para se ensinar a matéria.
Por: Thiago Camelo
Publicado em 22/12/2011 | Atualizado em 22/12/2011


Quando Roberto Carlos canta "fui abrindo a porta devagar, mas deixei a luz entrar primeiro" (em O portão), é possível que o Rei pensasse em tudo, menos em física. Porém, é exatamente ela que salta à frente de Regina Pinto de Carvalho; e não é apenas quando ouve canções. A física aparece em todo lugar para o qual a professora aposentada pela Universidade Federal de Minas Gerais olha.
o à toa, o livro da cientista chama-se Física do dia a dia. Na canção de Roberto Carlos, ela explica:
Segundo a teoria da relatividade restrita, proposta por Einstein em 1905, quanto maior a velocidade de um objeto, mais difícil se torna aumentar essa velocidade. A velocidade da luz no vácuo (que tem valor muito próximo à velocidade da luz no ar) seria o limite além do qual não se pode aumentar a velocidade do objeto. [...] Nesse caso, quando a porta fosse aberta, a luz entraria primeiro, quer nosso Rei quisesse ou não deixá-la passar à sua frente.
O livro é o segundo volume de um projeto bem-sucedido de quase dez anos. O primeiro vendeu 6 mil cópias e foi reeditado recentemente.
“A cozinha é o melhor laboratório para se entender a ciência”
O sucesso impulsionou a física mineira à nova empreitada. Com 104 perguntas ventiladas por ela própria e por leitores curiosos, o segundo volume aborda questões do cotidiano que vão para além da música. Um capítulo, por exemplo, é dedicado à cozinha: “o melhor laboratório para se entender todo o tipo de ciência”, diz Carvalho, em conversa por telefone com a CH On-line.
“Mas a verdade é que caminho na rua e vejo física em tudo, tenho até dificuldade em escolher sobre o que vou falar. Tenho questões demais”.
“Por exemplo”, continua a professora, retornando ao laboratório-cozinha: “É melhor descongelar um alimento colocando-o num recipiente de metal ou de vidro?”
“Não sei”, responde o repórter.
“No de metal, pois é um bom condutor de calor”, ensina a física. “São questões com que nos deparamos todos os dias, a física está nas pequenas ações.”
De fato, a ‘pegadinha’ do compartimento de metal está no livro, assim como perguntas das mais insuspeitas:
"Por que bailarinos e patinadores executam piruetas com os braços fechados?"
"Como é produzido o barulho do giz no quadro-negro?"
“No primeiro livro, contei bastante com a ajuda dos meus alunos de licenciatura, então nem me considero autora de fato dessa obra; neste segundo, compilei e respondi todas as perguntas”, conta Carvalho.
Apesar de achar que o livro “contempla perguntas que criança faz e avô gosta de responder” – ou seja, é voltado para um público-alvo variado –, a carreira de Carvalho é bastante direcionada à formação de novos educadores. E o livroo foge desse viés: ela cita casos de professores que aplicam questões em prova cuja pergunta (e resposta) foi tirada claramente de seu livro, embora não tenha ganhado o crédito.
Além de fazer livros com verve educacional, a física roda o país mostrando como é simples fazer experimentos em sala de aula. Às vezes, usa brinquedos criados pelos próprios alunos, como os aviões de papel.
“Esse tipo de atividade mostra a utilidade da matéria e tem a ver com o livro, com a física no dia a dia”, aponta a professora, que ama música e escolhe canções das mais variadas para ilustrar seus exemplos. Pode ser CPM22, Nelson Cavaquinho ou Tom Jobim.
Este último, aliás, passou na prova quando cantou, no Samba do avião, que a pista estava “chegando e vamos nós aterrar”. Afinal, para quem está dentro do avião, diz a matéria, quem se mexe é a pista. Nota 10 para o Tom, que sabia muito, até a física do dia a dia.

Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line